Enoturismo e Arte no Alentejo
ALVEX é o resultado do acrónimo de AL(entejo) V(irtual) EX(tremadura), e o fruto da colaboração entre o Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (FEA) e o MEIAC (Museu Extremeño e Ibero-Americano de Arte Contemporânea) em diálogo com a artista Maite Cajaraville. Uma exposição que estará aberta a visitas de terça-feira a domingo, a partir do dia 19 de fevereiro, no Centro de Arte e Cultura, em Évora. Quem se deslocar a Évora tem também uma boa oportunidade de visitar o enoturismo da Adega Cartuxa, pertencente à FEA, antes ou depois de visitar a exposição.
Com curadoria de Natalia Piñuel Martín e co-curadoria de José Alberto Ferreira, o projeto artístico ALVEX é uma extensão de VEXTRE, criado pela artista extremenha para exibição no MEIAC em 2021. Apresenta-se originalmente como uma escultura concebida digitalmente onde é possível avaliar parâmetros económicos, demográficos, urbanos, de modalidade, emprego, entre outros, da região da Extremadura espanhola. A versão portuguesa acrescenta-lhe uma outra escultura dedicada ao Alentejo, também concebida e produzida por Maite Cajaraville, onde a recolha e análise minuciosa dos dados socioeconómicos do Alentejo é traduzida para uma linguagem artística que convida à reflexão sobre as condicionantes do presente e as possibilidades de futuro de uma região.
Assim, a peça física 3D e a peça virtual de realidade expandida do ALVEX, serão exibidas ao mesmo tempo, colocando os espectadores frente a duas realidades silenciosas divididas por uma fronteira. Um dispositivo de realidade aumentada (QR) acrescentará esferas de legibilidade a cada região, acesso a informações complementares e a possibilidade de inclusão dos visitantes na exposição.
Nos dias 16, 17 e 18 de Fevereiro, alunos e professores poderão acompanhar a impressão 3D da peça, em cerâmica, e dialogar com a artista e com os restantes membros criativos da equipa sobre todo o processo de conceção e materialização. A participação é gratuita, e as marcações podem ser efetuadas através do e-mail servicoeducativo@fea.pt ou do contacto telefónico 266 748 350.
«É preciso despertar a curiosidade pela experimentação tecnológica na sociedade e nos artistas, facilitando uma transferência tecnológica, científica e criativa para a sociedade como um todo, e promover uma mudança de mentalidade que motive o pensamento crítico sobre o meio rural e que desperte as possibilidades de sobrevivência e o orgulho em pertencer», afirma Maite Cajaraville, artista extremenha.
Já para a curadora Natalia Piñuel Martín, «falar da obra de Maite Cajaraville significa reivindicar uma das artistas pioneiras da arte digital em Espanha. A sua trajetória é um contínuo work in progress, integrando narrativas não ficcionais em diferentes projetos que trabalham em torno da media art. Uma característica fundamental ao longo de toda a sua carreira é a capacidade de reverter imaginários e condicionamentos sociais por meio da interação com o público, utilizando para isso dispositivos atuais da nossa realidade a partir dos contextos da arte contemporânea. Com VEXTRE e ALVEX dá passos mais além, construindo esculturas do futuro e criando uma Extremadura e um Alentejo expandidos que refletem os interesses e as preocupações do presente nestes territórios». A exposição poderá ser visitada de terça-feira a domingo, entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 18h00, com entrada livre no Centro de Arte e Cultura em Évora. Para informações adicionais, consultar o site da FEA https://www.fea.pt/home